sábado, 21 de janeiro de 2012

A música cigana - gypsies


Pouco se sabe sobre a história dos ciganos, marginais que sempre foram. Sabido é que têm origem no Rajastão, noroeste do que chamamos hoje de Índia. O registro histórico da conta de que, no século V, o rei Shankal, da Índia, presenteou ao chá Persa com 12.000 músicos daquela região. Depois de 1 ano, o chá expulsou esse povo, provavelmente forçando uma migração para leste.
Ao longo dos séculos a cultura cigana teve uma influência enorme na música que se fazia nas regiões por onde passou. Os filmes de Tony Gatlif sempre falam da cultura cigana européia, principalmente na Romênia e na Espanha. No belíssimo Latcho Drom, Gatlif traça um percurso cigano do Rajastão à Espanha, passando por Turquia, Romênia, Egito, Hungria e Eslovênia. Escolhi alguns vídeos, vários bem pouco cinematográficos, para contar uma história semelhante.

De Udaipur, Rajastão, um filme da UNESCO sobre a etnia Kalbeliya:



Também de Udaipur, Rajastão, um músico da etnia Bhil, toca o Ravanhatha:



De Pushkar, Rajastão, um casal da etnia Bopa:



Chegando à Turquia, a música cigana se mistura com a cultura árabe-otomana e vai dar em músicos modernos e refinadíssimos como Selim Sesler. Do filme Crossing the Bridge:



Os ciganos cruzam o Mar negro e chegam à Romênia. Daquela zona que é a periferia da Europa, sai uma banda como os ‪Taraf de Haidouks‬. Esses caras são mais parecidos com o que chamamos de ciganos e, com certeza, têm pacto com o capeta. Olha como eles tocam:



O Rajastão encontra a França. Assim como David Byrne descobriu Tom Zé, Titi Robin descobriu ‪Gulabi Sapera‬. Esse é um vídeo informal em um Festival em ‪Virasat‬:



Titi Robin, que já tinha uma tradição flamenga, incorporou a veia gitana à família e à música e hoje é pop na França:



No melting pot ibérico, as tradições árabe, cigana e latina se fundiram no flamenco. A qualidade desse vídeo é muito ruim, mas isso importa muito pouco:



Manuela Carrasco nunca é demais, então, um pouco mais da fodona nesse vídeo de 1986.

O flamenco "continental" fala basicamente de morte, paixão e dor de corno. Da ilha de Maiorca surgiu essa cantora fantástica, de veia africana, que, nessa música, troca a dor flamenca pelo gozo farto. Concha Buika canta "Jodida pero Contenta":



Foto inicial de Patrick Hubert (Gypsy Queen Beggar).

2 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...